A Quase, na sua humildade, talvez nem pense nisso: mas a única coisa que sobrevive a todas as nossas ansiedades, privações, perdas, acertos, sucessos e fracassos é a nossa música. E é por isso que eu escrevo esse texto também. Eu sei que muitos poetas já falaram sobre como a arte se relaciona com a eternidade. No entanto, em tempos de internet, esses discos vão existir ainda por muito, muito tempo, mesmo sem sucesso comercial, popular ou acadêmico. Daqui a várias décadas, quando a maioria de nós estivermos mortos, ele ainda vai estar nos servidores por essa rede universal. Alguém irá cavar por aí e descobrir o primeiro disco dessa banda maravilhosa dessa cidade. E essa pessoa irá ouvir e sentir outras coisas, próprias dela e de seu tempo, coisas que não as que estou sentindo agora, e assim por diante durante muitos e muitos anos. Até o mundo acabar ou a internet acabar, não sei qual vai antes. Eu sei que existem milhões de bandas por aí e que ainda vão existir mais ainda. Eu sei que o mais provável é que tudo isso será esquecido em algum tempo. Mas eu acredito na música de verdade, que é simplesmente um disco real, feito por pessoas reais, que falam coisas reais e ponto final. Nenhum conceito técnico ou erudito envolvido. Eu tenho de acreditar nesses discos e músicas e pessoas, porque eles foram meu início e sem dúvida serão meu fim.
A grosso modo, eu quero dizer que isso tudo é tão maior que tantos artifícios, propriedades ou bens fúteis, com os quais a gente é obrigado a lidar na nossa existência. É maior do que tudo. E pensar nisso me dá um sentimento maravilhoso, uma mistura de felicidade, tristeza e uma resignação com o destino unida a uma esperança sem limites. Esse disco de quem praticamente divide o prato de comida com a gente, de quem divide o último gole da garrafa com a gente, esse disco dessa banda que é a Quase Coadjuvante representa isso tudo pra mim. Isso tudo e muito mais. Mas eu sei também que eu já falei demais... Só ouçam..."
Para baixar o disco: http://www.quasecoadjuvante.com.br