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Turnê "Sem Sair na Rolling Stone" - A Prestação de Contas

14/9/2015

 
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Ser uma banda independente no Brasil não é coisa fácil, Captain Obvious já diria. Todos sabem das dificuldades gerais. Estamos aqui para provar que existe uma alternativa alternativa para as coisas. Apoiamos apenas em questões práticas para essa turnê ser um sucesso. Marcamos os shows pelo facebook com amigos, fãs e pequenos produtores e tocamos em qualquer lugar disponível (com a exceção de um show específico em um festival em BH). Antes de começarmos a prestação de contas de data por data da turnê "Sem Sair na Rolling Stone", gostaríamos de fazer algumas considerações - coisas que pensamos antes de sair pela estrada mesmo.

1 - A banda que for sair pra fazer uma turnê pelo país precisa de um carro próprio. Não precisa de ser um carro grande, pode ser um carro pequeno. Não precisa de ser um carro novo, pode ser um carro velho. Tivemos uma sorte tremenda de termos arrumado um carro velho com a família do Vitor em Valadares (por questões de pura sorte mesmo) e foi isso que resultou no sucesso da turnê.

2 - Músico independente é pobre, não é rockstar nem nada assim. Não temos origem pobre demais. Nossas famílias podem nos ajudar sim, mesmo que seja com pouco. Mas no meio da turnê não fomos ajudados de forma alguma por eles. O dinheiro que fomos ganhando foi suficiente pra nos alimentar e até para algumas extravaganzas do percurso. A banda não pode sair gastando, bebendo todo dia, comendo fora todo dia, etc (com algumas exceções porque todo mundo é filho de deus).

3 - Viaje com pouco peso e com pouca bagagem. O básico que a gente dividiu pela gente era 5 blusas, 5 cuecas, 5 pares de meia, 1 par de tênis, 1 short e 1 calça pra cada um. Sem toalha, sem barbeador. Leve só as coisas básicas. As pessoas são gente boa o suficiente pra te emprestar uma toalha por um dia. Mesmo que seja pra banda inteira. Isso é o necessário pra turnê inteira, no meio das semanas você lava as roupas e economiza no que for usando e lavando. Outra coisa MISTER é não ter hard case de nada. Hard case não cabe em carro velho ou econômico, e é um saco de ficar carregando de um lado pro outro. É até legal você fazer um set mais enxuto de pedais também, se for o caso - os nossos a gente colocou um limite de caberem numa bolsinha de jogador de futebol de final de semana.

4 - Trate bem todo mundo, seja educado com produtores, técnicos de som, outras bandas e PRINCIPALMENTE quem te hospeda. Até quando as coisas parecem estar indo por água abaixo, não se desespere. Sua vida é linda. Você é muito sortudo de poder conhecer o Brasil inteiro com seus amigos e ainda tá ganhando dinheiro com isso (mesmo que seja pouco, pelo menos você não tá gastando nada do seu bolso).

5 - Utilize das suas limitações de forma criativa. Grave coisas no caminho, faça shows ruins ou com menos equipamento do que você devia. Não se leve a sério demais. O show com apenas 4 cordas na guitarra, sem volume no microfone ou sem um bumbo de bateria pode dizer mais sobre você e sua banda (pra você mesmo) do que você imagina. Não é o teto que nos define, é o chão. Aproveite e tire experiências de tudo isso. Viver é bonito demais.

6 - Combine como vai ser o pagamento dos shows com antecedência e tente ser justo com os produtores e as outras bandas. Em alguns lugares você vai precisar de mais dinheiro, outros não. Seja honesto e fale a verdade com todo mundo. Fale do que você precisa e do que você não precisa. Tá todo mundo querendo ver a sua banda e te dar um dinheiro.

Agora vamos começar com os detalhes todos de cada data. Uma espécie de diário da turnê mesmo. Vamos colocar os valores mais ou menos arredondados porque vai ser um saco ficar fazendo conta aqui. Então os valores de cada show vão estar mais ou menos arredondados, mas o valor real é só o valor final da turnê.

Show 1 - Belo Horizonte: R$1532 

A turnê começou em BH no dia 12 de julho com um show inédito. A Lupe de Lupe tocou no BH ROCK WEEK, um festival gratuito numa praça aqui. A convite do Rodrigo Brasil ficamos muito felizes de tocar pela primeira vez num evento grande assim. Ganhamos uma grana considerável com esse show. Coisa que uma banda como a gente (que é uma banda difícil, não é uma banda instrumental ou algo easy listening) raramente vê. Agradecemos aqui o voto de confiança do Rodrigo. Gastamos apenas com as passagens do Renan e do Cícero de São Paulo pra BH (a gente acha). Vendemos muitas blusas nesse dia também. 

Viagem e alimentação: R$-516

Após esse show viajamos pra São Paulo, onde ficamos na casa de nossos amigos do Espaço 2 e meio. Isso foi crucial para o lucro inicial da turnê. Bruno, Felipe, Júlia, Raíssa, Sofia e Tiago: vocês são lindos demais. Sem vocês nada disso seria possível. Nesse meio tempo a gente gravou o Estúdio Showlivre também que, para a nossa estupefatação, ficou ótimo. A TV engana mesmo. Fora isso, ficamos uns 4 dias á toa se não me engano e tivemos de gastar com alimentação e gasolina em alguns dias.

Show 2 - Campinas: R$402

Campinas foi ótimo e olha que era uma quinta-feira. Deu muita gente no show, muito graças ao produtor Felipe Gonzalez e o público bizarro do interior de São Paulo. Em São Paulo sempre tem público pro nosso tipo de som, sei lá o porquê. Deve ser algo cultural do estado mesmo. Em Campinas vendemos algumas blusas e já tinhamos combinado um cachê mais ou menos antes, algo da porcentagem da bilheteria. Tocamos com a banda Doctor Mars, mal conversamos com os caras (infelizmente) no Bar do Zé. Foi lindo. O Bar do Zé é um lugar que as pessoas vão para ouvir música e se divertir. É isso aí. Queria mandar um salve especial para a galera do Francisco El Hombre que viraram grandes amigos nossos de uns tempos pra cá e compareceram no show. Ouçam o som deles e da Doctor Mars. Gastamos só com gasolina esse dia.

Show 3 - Santo André: R$250

Esse dia já começou com o nosso carro dando pau. Tava com um super aquecimento lá que não entendíamos ainda. Resolvemos deixar o carro lá no Espaço 2 e meio e ir de carona com o Denilson, que é da banda do Bernardo John que tocou com a gente esse dia. Denilson e Bernardo são nossos amigos de longa data já. O apoio deles nesse dia foi crucial. Tocamos no 74club, um lugar muito charmoso e muito legal. Deu pouquíssima gente nesse dia então a galera do Bernardo John concordou em deixar todo o lucro pra gente. Essas coisas acontecem. Mas foi um dia muito divertido de ver e rever novos e antigos amigos. Vendemos poucas ou nenhuma blusa, é difícil lembrar. Ouçam o som do Bernardo John.

Show 4 - São Paulo: R$556

Um dos melhores shows da turnê, sem sombra de dúvidas. Tocamos com a galera do Terno Rei no Bolovo. Que povo inacreditável e que lugar inacreditável. Todos os nossos amigos e fãs de São Paulo foram e o lugar ficou abarrotado de gente. Foi muito muito muito bonito mesmo. Ganhamos uma grana bruta nesse show. Dividimos num esquema de 60/40 com a Terno Rei. Pagamos o conserto do carro e saímos pra gastar esse dinheiro num karaokê que a gente sempre vai em São Paulo. Aí que veio o problema, gastamos por volta de 500 reais esse dia só com o negócio do carro e da bebedeira de depois do show. Um erro sim, mas a carne é fraca e como a gente não tinha gastado com gasolina direito, resolvemos gastar. Tem dias que cê tem de se soltar mesmo. Vendemos muitas blusas nesse show e o esquema da bilheteria que tínhamos acertado com a galera do Terno Rei e da Bolovo foi perfeito. Que dia lindo. Dormimos felizes. Ouçam o som da Terno Rei.

Show 5 - Votorantim: R$313

Esse foi um dia maluco. Nos perdemos no caminho pra Votorantim por causa do GPS do nosso amigo Mailton (que nos acompanhou na primeira leva dessa turnê - diga-se de passagem que ele vendeu blusa pra caralho). Chegamos em cima da hora do show e não deu nem pra curtir nada do dia e da noite. No mesmo dia tocaram os nossos amigos da Hierofante Púrpura e algumas outras bandas que não conseguimos lembrar. Foi meio triste chegar na hora do show, tocar e ir embora (porque éramos a última banda). Como era um festival num lugar aberto, a galera já estava meio dispersa por causa da espera. Apesar de tudo foi um show muito legal e tem até vídeo na internet aí. O Festival chama Musicada, pesquisem aí. Vimos antigos amigos num vislumbre de segundos. Foi um dia corrido mas tivemos o sentimento de dever cumprido após voltarmos pra São Paulo no mesmo dia. O cachê havíamos combinado anteriormente com a galera do Musicada, então foi simples e perfeito. Ouçam o som da Hierofante Púrpura.

Viagem e alimentação: R$-260

Após o show em Votorantim, ficamos uns dias à toa em SP e perdemos o Renan (que teve de ir ver sua família em Muriaé). Lá tivemos de achar um baixista pra tocar com a gente e resolvemos pegar alguém da região dos próximos shows, pra pessoa não cansar demais da gente. O baixista foi o Richardyson, que tava organizando o nosso show em Curitiba e já era um amigo antigo da banda. Adoramos o estilo dele e o senso de humor dele, tinha de ser ele. Na ida para Florianópolis (o próximo show), pegamos ele em Curitiba e fomos.

Show 6 - Florianópolis - o épico: R$22

Então, Florianópolis foi um dia mais sem noção da turnê inteira. Florianópolis é bem longe de São Paulo, gastamos muito com gasolina, gastamos tempo na estrada. A cereja do bolo veio quando chegamos em Floripa, tava caindo uma chuva homérica na cidade e aí começaram os problemas. O show em si foi ótimo, deu mais pessoas do que esperávamos, por causa da chuva. Tocamos com o Frabin, ouçam o som dele aí, no Taliesyn - um lugar muito legal. Depois do show fomos levar dois amigos de Blumenau que tinham ido no show, aliás um abraço pra Nayara e pro Lucian, e na volta por questões de logística tivemos de fazer duas viagens para um lugar pra comer com o nosso carro velho e embaixo desse ciclone em Florianópolis. Não dava pra enxergar nada no vidro e a chuva era tanta que o carro atolou uma hora e, num momento de desespero, conseguirmos ligar ele e chegar em um lugar e no outro pra levar as pessoas. O que aconteceu foi uma coisa muito curiosa, e aí brilhou o organizador do evento o Yusanã (nosso salvador). Na primeira viagem, deixamos o Cícero num Subway 24 horase voltamos pra buscar o resto da galera. Após colocarmos todo mundo no carro, ele não ligou mais. Estávamos num lugar meio tenso e desesperamos um pouco. Conseguimos ligar o carro e na volta, o carro morreu algumas vezes ainda - até uma hora que ele morreu de vez e não ligou. Tivemos de abandonar o carro e deixar ele estacionado para no outro dia de manhã procurarmos um mecânico pra consertar. Tínhamos medo de ter fundido o motor e coisas do tipo. Ia ser o final da turnê para o nosso carro velho e batalhador. Yusanã ligou para um amigo para buscar a gente porque, pasmem, Florianópolis não tem táxi direito. Acabou que o Cícero ficou esperando 3 horas no Subway sem celular e sem nenhum dinheiro. Quando chegamos lá ele já estava com o avental do Subway trabalhando para conseguir dinheiro para voltar para Belo Horizonte. No final das contas deu tudo certo, no outro dia acordamos e um mecânico local conseguiu resolver o carro sem nenhuma dificuldade. Não ganhamos muito dinheiro mas pelo menos não saímos no prejuízo. Tudo deu certo graças ao Yusanã, muito obrigado, amigo salvador.

Show 7 - Joinville: R$324

Joinville foi muito legal. A galera do Gorilla Grip organizou o show e hospedou a gente na casa deles. Foi muito bonito poder comer bem e dormir sem muitas preocupações após o épico de Florianópolis. Deu uma galera no show e foi ótimo, muita gente cantando as nossas músicas e se divertindo: Joinville é uma cidade estranha. A galera do Gorilla Grip passou um bom dinheiro pra gente, que foi uma luz dos céus após a viagem. Ouçam o som deles e da Mosaico Adulto que tocou com a gente também esse dia. Vendemos algumas blusas.

Show 8 - Curitiba: R$275

Gastamos com gasolina e já colocamos na conta da viagem pra São Paulo que faríamos no outro dia. Richardyson é um mito. O lugar é maravilhoso, o Wake Up Colab, e tocamos novamente com a Gorilla Grip e com a Farol Cego (banda que tocamos junto na outra vez que fomos em Curitiba no ano passado). Dia perfeito, comemos bem, bebemos bem, dormimos bem, muita gente bonita no show, etc. Vendemos algumas blusas e já tínhamos combinado o cachê antes e tal. Ouçam o som da banda Farol Cego.

Viagem e alimentação: R$-275

Voltamos pra Belo Horizonte direto de Curitiba, só passamos no Espaço 2 e meio em São Paulo pra despedir dos nossos maiores amigos e depois já pegamos a estrada de novo. Esses dias à toa não gastamos praticamente nada pois estávamos em casa de novo.

Show 9 - Belo Horizonte RETURNS: R$666 (sim, isso é real)

Tocamos em BH na Autêntica com os nossos grandes amigos da Aldan. E foi o primeiro show com o Jonathan Tadeu no lugar do Renan. O primeiro de todo o resto que ele tocou com a gente. O que dizer? Dia perfeito para encontrar os amigos, fazer um show, beber uma cerveja e ganhar AQUELE DINHEIRO. Lucro total. Não vendemos blusa esse dia porque todo mundo de BH já tinha comprado blusa no primeiro dia da turnê. Dividimos a bilheteria de igual pra igual com a Aldan e deu 666 reais pra cada um, foi bizarro. Ouçam o som da banda Aldan.

Show 10 - Sabará: R$250

Em Sabará tocamos no Beco do Rock. Lá é muito simples, você toca meio que na rua do lado de um barzinho que chama Beco do Rock e o dono do bar te dá uma ajuda de custo de 250 reais. Perfeito pra uma banda que ia ficar à toa num domingo em Belo Horizonte. Não gastamos nada pois já tava cheio o tanque de gasolina da volta de Curitiba. Fim. Um abraço pro organizador e amigo de Sabará João Rafael Lopes que arranjou o show pra gente.

Viagem e alimentação: Desconhecido

Colocamos os custos junto com o cachê do próximo show em Uberlândia, então não faz sentido nada nas contas aqui durante essa semana - mas os custos tão junto com os gastos de Uberlândia, só não tá organizado.

Show 11 - Uberlândia: R$111

Uberlândia foi um caso bizarro. Tivemos um dos piores dias da turnê por questões bizonhas que nem vale citar aqui. Mas conseguimos sair no lucro graças à galera da organização do Coletivo Noise Talks e especialmente ao Andre Luis Santos. Muito obrigado Andre, é por causa de gente igual vocês que a gente continua. Valeu mesmo. Apesar de tudo, fizemos um show bom para a galera que queria ouvir a gente e conseguimos vender blusas.

Show 12 e 13 - Goiânia e Brasília: R$50

Então, foi uma coisa meio doida Goiânia e Brasília. Não sei se é porque a gente ficou bêbado e drogado demais, mas as anotações tão tudo zoadas aqui. Só sei que tivemos esse lucro no final das contas porque Brasília e Goiânia são longe PRA CARALHO de Belo Horizonte. E como fizemos shows pequenos para poucas pessoas não deu pra tirar um grande lucro. Mas foi ótimo encontrar as pessoas, fazer o nosso show pra elas e ir pela primeira vez nesses lugares lindos. Goiânia e Brasília são cidades especiais. Encontramos com todos os nossos amigos da Carne Doce, do Boogarins, do Luziluzia, da Tiro Williams e da Bife a Bolonhesa. OUÇAM O SOM DE TODOS PELO AMOR DE DEUS!

Viagem e alimentação: R$0

Voltamos pra BH e eu acho que os custos tão junto com a anotação confusa de Goiânia e Brasília ali em cima.

Show 14 - Campos dos Goytacazes: R$0

O show em Campos dos Goytacazes foi ótimo. Deu pouca gente, mas como foi um show especial do Vitor solo, foi elas por elas. Deu pra pagar a viagem e tudo mais. Um muito obrigado a galera do Jewish Mandiolo que liberou a grana pra pagar a viagem e ainda deixou o Vitor encostar por lá.

Show 15 - Volta Redonda: R$206

Volta Redonda é um antro de amigos e pessoas maravilhosas. Fizemos um show numa festa fechada na casa de dois amigos o Fred e a Luiza. Show em casa é sempre melhor. Você pode beber, se divertir, tocar quanto quiser com todo mundo pertinho e depois ir dormir quando quiser também. Fred e Luiza são perfeitos e são grandes barões da música independente, a alma deles vai pro céu de primeira classe. Vendemos blusas e gastamos apenas com gasosa. Tocaram com a gente duas bandas ótimas - Camille Claudel Quartet e Eu, você e a Manga. Ouçam o som das duas. 

Show 16 - Rio de Janeiro: R$252

Show no Rio de Janeiro. Talvez o melhor dia da turnê inteira. Após um show impecável das bandas Tom Gangue e E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante na Audio Rebel, subimos e tocamos nesse lugar fantástico e abarrotado de gente. Foi absoluto. Não temos nem o que dizer. Depois do show saímos com nossos amigos do Baleia e da Ventre para um show no Aterro do Flamengo. Jesus Cristo como foi bom esse dia. Ficamos lá enchendo a cara até amanhecer e aí fomos pra beira da praia com nossos melhores amigos, foi bonito demais. Só de lembrar a gente já fica meio emocionado. Ganhamos muito dinheiro e gastamos dinheiro demais também esse dia. Fazer o quê? Deus que colocou a mão na nossa carteira e uma arma na nossa cabeça de tanta diversão e beleza no Rio de Janeiro. Um abraço pra todo mundo que foi no show, nossos amigos, nós amamos todos vocês. Ouçam AGORA o som da Tom Gangue, da EATNMPTD, da Ventre e do Baleia. De quebra ouve o som da Biltre aí que nós fomos é assistir o show deles no Aterro. Estão aí algumas das melhores bandas do país e que são donas e líderes de cada gênero que fazem parte.

Show 17 - Nova Iguaçu: R$172

Pegamos o nosso carro na casa do Hugo da Ventre (que hospedou a gente nesses dias do Rio) e fomos pra Nova Iguaçu. Naturalmente que nos atrasamos e perdemos o show da EATNMPTD. A Tom Gangue também tocou esse dia. Foi ótimo, apesar de alguns erros técnicos da nossa parte. Foi legal a gente ir lá e tocar num lugar aberto com o apoio da galera do Bichano Records. Um abraço pra eles que nos deram essa oportunidade. Principalmente ao Fred Zgur. Vocês são lindos gente. Não vendemos tantas blusas e começamos a perceber que talvez levar uma pessoa a mais pros lugares para vender blusa seja a melhor ideia (até o show de Curitiba era o Mailton que ficava vendendo as blusas - enquanto a gente pagava a alimentação dele dos dias e tal - vendemos blusas pra caralho nesse tempo). Jonathan e Cícero ficaram por conta de vender as blusas depois enquanto Vitor organizava o dinheiro, logísticas e produções dos shows, e Gustavo era o motorista implacável nessa turnê inteira.

Viagem pro nordeste: R$-1664

Aí que entra a loucura e os maiores erros da turnê. Gostaria de deixar aqui claros e evidentes estes erros. Não devíamos ter ido pro nordeste de avião nem alugar carros lá pra fazer as viagens na região. Isso fez um rombo enorme no caixa da banda, que fez com que a gente saísse com um prejuízo de R$30 (trinta reais só, isso mesmo, da turnê da parte do nordeste). Devíamos ter ido com o nosso carro velho mesmo, com calma e tranquilidade. Aí sairíamos com um lucro bruto do nordeste. O aluguel de carros e o preço das passagens de aviões foi uma perda grandiosa.

Show 18 - Recife: R$80

Então, chegamos em Recife já estrondando, ficamos dois dias à toa, gastamos com táxi (coisa que não havíamos gasto até hoje porque tínhamos carro né), fomos pra praia, comemos e bebemos. Conseguimos sair no lucro ainda por glória divina. Lá encontramos nossos novos maiores parceiros - Felipêra e Smhir, que nos abrigaram nessa turnê inteira em Recife - e nossos mais antigos parceiros - Rodolfo e Caíque da Popfuzz Records. Esses dois pares tocaram com suas bandas com a gente em Recife no Burburinho. Ouça o som da Ximbra e da Amandinho, e procure as outras bandas da Transtorninho Records e da Popfuzz Records também. O show foi lindo. Recife é uma cidade fantástica com muita muita muita gente bonita. Ficamos estupefatos.

Show 19 - Santa Cruz do Capibaribe: R$200

Alugamos um carro pros próximos dois shows, aí já foi um gasto bruto. Santa Cruz do Capibaribe foi inacreditável. Deu muita gente graças ao Phylipe e a galera da banda Troco em Bala que organizaram o show e conseguiram dar uma grana bruta pra gente. Muito obrigado todos vocês, gente. Esse show foi muito muito bom mesmo. Um dos melhores da turnê. Logo depois do show já fomos direto pra João Pessoa no amanhecer do dia com a nossa amiga Hannah que arranjou um lugar pra gente dormir lá em João Pessoa de manhã.

Show 20 - João Pessoa: R$-52

Tivemos um prejuízo esse dia. Deu pouca gente no show e também estávamos cansados demais pra fazer comida, comemos na rua e gastamos com gasolina. O show foi num lugar lindíssimo que chama Vila do Porto. Tivemos de dividir a pouca bilheteria com a outra banda, a banda Fôrra. Ouçam o som deles aí. Foi uma pena que deu tão pouca gente, mas temos interesse de voltar em João Pessoa e queríamos deixar aqui um agradecimento pro Felipe Matheus da Atividade.fm que organizou o show lá.

Viagem e alimentação: R$-250

Entregamos o carro alugado. Depois foi só extravagança. Voltamos pra Recife. Comemos e nos divertimos nos dias à toa por lá. Foi ótimo.

Show 21 - Natal: R$160

Alugamos novamente um carro e fomos pra Natal. O show de lá deu muito dinheiro e uma galerona graças à organização do Transtorno Fest. Lá tocamos com um monte de banda legal pra caramba: Talude, Sasha Grey As Wife, Arduíno Contra o Bando e Joseph Little Drop. Ouçam o som de todos aí. Foi muito bonito, tocamos no Centro Cultural Dosol, que foi o lugar em que tocamos na outra vez que fomos em Natal. Foi muito nostálgico e o show foi ótimo. Deu pra pagar o aluguel do carro, a gasosa e ainda sobrou um pouco pra partir viagem pra Mossoró.

Show 22 - Mossoró: R$33

Outro show que deu pouca gente. O show foi no Mamba Negra. Mas isso foi por motivos aleatórios e por causa dos horários dos shows também. A galera da organização é muito gente boa com a gente desda outra vez que fomos lá. Um abraço pro especial pro Rafaum que organizou o show. Novamente, acabou o show e saímos na madrugada e no amanhecer do dia. Aí deu um pau no carro na ida pra Fortaleza que tirou um pouco do dinheiro também, mas que caiu nos gastos do próximo dia.

Show 23 - Fortaleza: R$940

Fortaleza. O que dizer sobre Fortaleza? Cidade magnífica. Fomos recebidos numa humilde casa do Diego que foi perfeita pra gente descansar antes do show. Tocamos no Let's Go Rock Bar com a banda Lótus e a Subcelebs. Gente, esse dia foi absolutamente perfeito. Os organizadores - a galera do Queremos Fortaleza e o Dado Pinheiro - nos deram o cachê completo e gigante que pedimos para cubrir os gastos e nos tratou tão bem, mas tão bem que a gente até deu uma chorada no final do dia. Foi muito muito bonito mesmo. É por causa de gente assim que ainda existe a possibilidade de viajar pelo país tocando. Foi um troço de outro mundo de verdade. A galera das bandas foi linda, o lugar é ótimo, o som perfeito. Tudo perfeito. A gente até gastou numa hamburgueria depois porque estávamos felizes demais, nossa. Ouçam o som da Lótus e da Subcelebs que são duas bandas novas que vão brilhar ainda. Muito obrigado todo mundo de Fortaleza.

Viagem e alimentação: R$-455

Entregamos o carro e tivemos uns prejuízos porque ele deu pau e tal. E gastamos em Recife. Mas graças a deus a gente conseguiu arranjar um show surpresa na terça por lá. Graças a deus, o Diego do Hominis Canidae e o Leo da Sonido.

Show 24 - Recife RETURNS: R$140

O show só da Lupe de Lupe no Sonido foi perfeito pros custos da viagem. Tocamos um show de 2 horas estilo Quarup, dividido em duas partes. Foi perfeito e foi uma noite muito bonita. Deu pouca gente mas foi mais do que a gente esperava sem dúvida.

Show 25 - Maceió Derradeira: R$500

Alugamos pela última vez o carro e fomos pra Maceió. A galera da Popfuzz tava toda lá, a galera da Troco em Bala, tocamos com a banda Capone, jogamos bola, comemos, bebemos, nos divertimos. Foi o final perfeito. O show foi o melhor da turnê, ao lado do show de São Paulo (a gente acha). Tinha muita gente e o lugar era apertado. Tinha gente caindo em cima do palco, fazendo mosh, foi bonito demais. Foi muito bonito mesmo. E deu pra tirar uma grana bruta e pagar tudo, o aluguel do carro e a gasosa e ainda sobrar. Foi um final perfeito. Ver todo mundo lá foi lindo.

Viagem e alimentação: algo por volta de R$-100

Lucro final da turnê: R$4069

Pegamos táxi pra ir pro aeroporto e voltamos de ônibus aqui em BH então não sabemos exatamente quanto ficou porque anotamos de um jeito muito porco. Estávamos exaustos mas felizes demais. No final das contas deu mais ou menos mil reais pra cada membro da banda de lucro. A gente não tem muitas palavras pra descrever o sentimento final. Então vamos acabar por aqui e dar um adeus e até a próxima. Ouçam as bandas, compartilhem esse texto e aprendam com nossos erros e acertos. Espero que mais bandas façam isso que a gente fez.

P.S.: Desculpa por todos os erros de português, é um texto longo demais, não revisamos.

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